LUXÚRIA

01-12-2010 01:25


Finalizando a série “Os sete Vícios Morais Essenciais da Humanidade”, vamos tratar aqui da Luxúria. E eu o farei com o cuidado necessário, usando uma linguagem cuidadosamente filtrada e adequada ao nosso querido jornal e seus leitores, respeitando o decoro, contudo, sem omitir o essencial.

A luxúria é o pior vício moral que podemos alimentar e carregar, estando diretamente ligada ao nosso "eu material". Sem sombra de dúvidas, a maior parte dos sofrimentos humanos pelos quais passamos tem como causa a luxúria. Esta, por sua vez, deriva diretamente de nossas fraquezas espirituais e vem respaldada com um alto conteúdo egoístico. Daí, a grande dificuldade em eliminar esse vício terrível. De outro lado, este sentimento negativo gira, quase sempre, em torno da sexualidade, tanto masculina como feminina, estando intimamente ligado à lascívia, à libidinagem, ao sensualismo e aos prazeres carnais, atitudes que se opõem radicalmente aos bons costumes.

As tentações do mundo físico são muitas e levam a grande maioria das criaturas aos mais diferentes abusos relacionados aos prazeres da vida material e do sensualismo. Estas tentações nos chegam de toda parte, entrando pelos nossos cinco sentidos físicos. Utilizando apenas a visão, muitas criaturas obcecadas pelo sexo sentem prazer sexual, bastando olhar um corpo nu ou então observar uma relação sexual, mesmo quando virtual, como apresentada nos cinemas, na televisão ou na internet.

Outras vezes, a luxúria utiliza o sentido do tato para tocar partes íntimas do sexo oposto. Estas condições existem onde há muita aglomeração de pessoas, como ocorrem com muita freqüência nos trens, metrôs e ônibus. As pessoas, mesmo guardando certo pudor, sentem certo prazer pelo simples toque das partes eróticas do sexo oposto. Mas, com força de vontade a criatura pode esquivar-se de tais provocações oportunistas.

Há indivíduos que procuram uma oportunidade para se aproveitar de alguém. Certos indivíduos costumam aproveitar-se das pessoas incautas ou de sua inconsciência, provocada por bebidas alcoólicas e outros entorpecentes, com o objetivo de subjugar suas vítimas para se entregarem aos prazeres sexuais e isto eles o fazem ligados aos sentidos da visão e do tato. Existem muitas formas de manifestação, em muitos níveis, desta atitude pervertida direcionada para a luxúria.

Há um outro aspecto violento da luxúria que é bastante grave. É quando a ira encontra-se aliada à luxúria, caso em que o sujeito viola os direitos da vítima para fins de satisfação sexual usando-se da agressão física, como nos casos de estupro, previsto como crime pela nossa legislação penal. O que ocorre é que o sujeito estando tomado por excesso de luxúria tende-se à satisfação de qualquer maneira, não importando quem seja a sua vítima. Quando esta reage, e ambos os sentimentos de ira e luxúria se reforçam no agressor, a vítima pode até perder a vida.

De modo geral, quanto à sexualidade, não podemos ignorar que a biologia do homem e da mulher completa-se. Porém, daí passar-se a um contexto de desejos eróticos, fantasias e estados mórbidos vai uma grande distância. Hábitos sexuais sadios, dentro do casamento, proporcionam aos cônjuges vida longa e saúde.

Muitas pessoas confundem aventuras amorosas, próprias do adultério, com o verdadeiro amor. Nesses casos, a luxúria leva muitos casais à desgraça por não saberem ou não quererem controlar os seus sentimentos e emoções. Tais criaturas precisam convencer-se de que jamais poderá existir amor numa pessoa adúltera. Mesmo em pensamento o adultério é condenável sob o ponto de vista espiritual.

Curioso é notar que o medo e o ciúme, este enraizado a nível emocional e sentimental, levam muitas criaturas a perderem um namoro ou desfazerem-se de um casamento, quando se apegam ao ciúme. Isto porque o ciúme, na verdade, é uma combinação de medo com apego. Observe-se que uma pessoa que ama de verdade não tem ciúmes, porque não tem medo de perder a pessoa que tanto ama, pois o amor fundamenta-se no respeito e confiança mútuas. Aqui vale o ditado: ninguém é de ninguém.

E, o que dizer então das amizades oportunistas? Nas situações de amizade íntima, a criatura se aproveita para ter algum tipo de relacionamento libidinoso, de conquista amorosa. Pior ainda, estas situações podem ocorrer, também, entre pessoas do mesmo sexo e, dessas práticas permissíveis, pode surgir o homossexualismo, o lesbianismo, o bisexualismo e o heterosexualismo, bem como a libertinagem e as orgias sexuais.

Há, ainda, outras formas de luxúria que levam as criaturas a explorarem o prazer do próprio corpo através do auto-erotismo. Neste caso, as pessoas adoram suas partes íntimas, admirando seu sexo, suas pernas, seios, cabelos, rosto, etc., atitudes que se denomina de narcisismo.

Na mesma linha da luxúria incluem-se outros casos, em que as pessoas se aproveitam da dança erótica e dos folguedos carnavalescos para se deleitarem sexualmente. Estes excessos podem ser vistos, também, em certos programas de televisão, com dançarinas quase nuas, dançando músicas provocantes e excitantes da moda, tais como, a lambada, a aeróbica e outras.

Enfim, nos aspectos de perversão sexual e na pornografia infantil ocorrem todos os tipos de "taras" imagináveis, levando as criaturas a se entregarem ao máximo de excitação sexual. É fácil admitir que tudo isso leva diretamente à degeneração dos costumes e do caráter, marcando definitivamente suas vítimas por toda a vida.

De todos estes casos degenerados, causa espécie e até repugnância, os abusos sexuais praticados por profissionais que têm sob sua responsabilidade e seu controle as vitimas, como ocorrem nas profissões de médico e psicólogo, por exemplos, não sendo raros os casos de luxúria, satisfazendo estas pessoas as suas paixões sexuais, enganando as mulheres com propósitos curativos. O Estatuto da Mulher dá garantia de direitos à mulher, que pode processar tais profissionais despudorados.

Não podemos deixar de mencionar o tipo "Don Juan", ou seja, aquele conquistador de mulheres solteiras ou casadas que tem como único propósito sentir-se o máximo e gabar-se de suas façanhas. É claro que não existe amor em suas conquistas, mas apenas a paixão exacerbada pela luxúria. Este tipo opera a nível emocional e sentimental.

Finalmente, convém lembrar que a luxúria é uma fraqueza do espírito e que as criaturas não devem jamais esquecer que o mal está dentro de nós mesmos e só com disciplina e o exercício da força de vontade poderemos contornar o mal da luxúria pela raiz.