14) Usar de comedimento no falar, vestir, trabalhar, dormir, alimentar e no recrear.

10-03-2011 14:30

 Lexicalmente, comedimento é prudência, moderação e modéstia. Portanto, quando este preceito acentua a necessidade de mantermos comedimento em várias situações de nosso viver cotidiano, ele está nos recomendando viver com simplicidade e não cometer excessos, o que vale dizer que a virtude está sempre no meio-termo.

Ao falarmos não devemos ser tímidos, nem afetados, nem exaltados, nem tagarelas, que são condições extremas, afastadas das condições ideais. A timidez reflete falta de confiança em si mesmo, falta de autodomínio, muitas vezes resultante da pouca instrução, mas nem sempre. Os que falam afetadamente, que esnobam, que se exibem para aparecerem ou serem notados, quase sempre são vaidosos e nós sabemos que a vaidade é o passaporte do diabo, está em sintonia com as forças do astral inferior. Já os exaltados estão desprovidos de serenidade, transtornados, já afetados pela assistência nociva dos espíritos obsessores e, com freqüência, entram em discussões acaloradas com seus semelhantes, podendo passar às vias de fato. Recomendamos que fujam dessas pessoas, pois poderão ser molestados de toda forma, inclusive com atos de maldade e perversidade, chegando mesmo à agressão, com conseqüências danosas. Quanto às tagarelas, estas são, de regra, fofoqueiras e maledicentes e, destas já tratamos anteriormente. Então, meus amigos, falar comedidamente é dever de todos os racionalistas cristãos.

Quanto ao vestuário, existe hoje uma variedade muito grande de roupas de todos os custos e para todos os gostos. Repelir as roupas espalhafatosas ou multicoloridas, próprias dos exibicionistas vaidosos ou de grupos desordeiros Vestir-se de acordo com a estação do ano, mas sem afetação ou muita obediência aos ditames da moda que tem interesses comerciais escusos e confessos. A simplicidade deve ser a regra a seguir.

Quanto ao trabalho, sabemos que todos nós, desde a mais tenra idade, já temos nossas tendências, embora a escolha de uma profissão só se consolida na juventude. Mas, qualquer que seja a profissão escolhida, devemos agir sempre com esmero, fazendo o nosso trabalho com satisfação e da forma mais adequada e perfeita possível, por mais modesta que seja a tarefa que nos compete fazer. Nas tarefas e profissões devotadas à segurança, devemos agir sempre com muita prudência. E, por que isso? Porque, como bem sabemos, o mundo está infestado de inferioridades. Já nas profissões que servem diretamente às pessoas e à sociedade em geral, como as de médicos e enfermeiros, por exemplo, devemos colocar toda a nossa solidariedade a serviço de nossos semelhantes. Não trabalhamos apenas para ganhar dinheiro, mas por satisfação, para equilíbrio de nossa saúde física e mental, para o nosso progresso material e evolução espiritual. Lembramos aos amigos que a Doutrina dá enorme ênfase ao trabalho como instrumento da evolução do espírito, sendo também, a melhor alavanca para o progresso, condenando enfaticamente a indolência, mãe de todos os vícios.

Dormir, alimentar e recrear. Todos nós sabemos que o melhor equilíbrio que devemos dar à nossa vida é considerarmos a divisão do dia em três partes de oito horas cada: oito horas para o trabalho, oito horas para o sono e oito horas para o lazer e outras atividades fisiológicas (alimentação, banho, etc.). Não há dúvida de que todos temos necessidade de descanso, repouso e recreação nas horas próprias. Mas, jamais alguém deverá entregar-se à ociosidade, que é sempre prejudicial, mãe de todos os vícios. Todas essas fases têm sua grande importância e, por serem por demais conhecidas, dispensam maiores comentários nesta palestra. Recomendamos a leitura do Capítulo “A Família”, do livro básico Racionalismo Cristão.