ANSIEDADE

01-12-2010 00:37

A ansiedade é um transtorno psíquico que leva as pessoas a experimentarem medo e apreensão desagradável em resposta aos estímulos externos imaginários ou reais que recebem. No fundo, estas condições envolvem, também, efeitos somáticos, ou seja, biológicos que podem até se tornarem crônicos com o tempo. Se a pessoa não se tratar, essa doença pode reduzir significantemente a sua produtividade, isto é, suas habilidades profissionais resultam enfraquecidas. Segundo pesquisas feitas nos Estados Unidos, 15% da população adulta sofrem desse mal (2000). Convém assinalar que o medo é uma resposta a uma ameaça conhecida, definida e real; já a ansiedade é uma resposta a uma ameaça desconhecida ou imaginária.

A ansiedade pode ocorrer independentemente ou juntamente com outras perturbações psíquicas, tais como, a depressão, fadiga crônica, cansaço, fobias diversas ou mesmo físicas como doenças cardíacas e respiratórias. Além disso, a ansiedade crônica acha-se associada com um alto risco de morbidez e mortalidade causadas por doenças cardiovasculares, tais como, hipertensão, isquemia e arritimias, predispondo as pessoas a uma gama de outras doenças. As pessoas com fortes indícios de transtornos de ansiedade que passaram por severos eventos adversos na vida, como o rompimento de um casamento ou por um desastre financeiro ficam expostas até mesmo ao risco de suicídio.

Tipicamente, transtornos severos causados pela ansiedade são tratados com uma associação de medicamentos que alteram ou aumentam os níveis de certos neurotransmissores. Infelizmente, essas medicações levam, algumas vezes, ao aparecimento de efeitos colaterais, incluindo o risco de dependência. Foram identificados alguns nutrientes que atuam através de caminhos similares aos das prescrições medicamentosas ou têm um efeito anti-ansiolítico. Além disso, novas e excitantes pesquisas estão sendo feitas no sentido de poderem alterar a maneira como a ansiedade é hoje vista pela psiquiatria médica. Níveis elevados de homocisteína, substância que está associada às doenças do coração e à depressão, podem também exercer um papel relevante nos transtornos causados pela ansiedade. Com bases nessas e outras pesquisas, acredita-se que as pessoas que sofrem de ansiedade devem analisar os níveis de homocisteína e hormônios anormais e corrigi-los se necessário. A seguir, vamos descrever alguns tipos de transtornos provenientes do estado ansioso.

Transtorno de ansiedade generalizada: Em 1994, o transtorno de ansiedade generalizada afetava cerca de 4% da população dos Estados Unidos e 3% da população mundial, sendo caracterizada por preocupações e tensões crônicas de variada natureza. Sintomas comuns desse tipo de transtorno são: indolência, fadiga mental e física, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular, opressão no peito, falta de ar, sudorese excessiva, distúrbios intestinais e distúrbios do sono. Segundo a Associação Psiquiátrica Americana (2000) fica patente o diagnóstico de transtorno de ansiedade generalizada quando o paciente apresenta preocupações exageradas no seu dia-a-dia e reclama de pelo menos três ou mais dos sintomas acima indicados num período de seis meses consecutivos.

Transtorno do pânico: Este tipo de transtorno é caracterizado por queixas repetidas de medo que aparecem com freqüência variada, sem aviso prévio, atingindo cerca de 2,8% da população dos Estados Unidos e cerca de 3% da população mundial. Sua prevalência vem aumentando desde 1980. Os principais sintomas podem incluir: palpitações, batidas cardíacas aceleradas, suores, tremedeira, respiração curta, sentimento de choque, dores no peito, náusea ou dores abdominais, tontura, sentimentos de vazio ou de não-realidade, medo de perder o controle da situação ou de morrer e variações de temperatura corporal. O transtorno do pânico está presente quando uma pessoa experimenta ataques recorrentes e inesperados. Tais ataques são seguidos de um ou mais dos sintomas apontados e a pessoa se preocupa com a repetição de tais ataques, trazendo como conseqüência uma significativa mudança de comportamento relacionada aos mesmos. (Associação Psiquiátrica Americana – 2000). Casos típicos são o medo do escuro, o medo de lugares confinados ou claustrofobia (elevador), o medo de estar em lugares abertos ou agarofobia (como numa praça, no meio da multidão), etc.

Transtorno compulsivo-obsessivo (TOC): Este tipo de ansiedade é caracterizado por pensamentos recorrentes e persistentes e/ou impulsos de comportamento repetitivo de atividades que contrariam o seu livre-arbítrio quando este está sadio. No Racionalismo Cristão o TOC é conhecido como obsessão. Em outras palavras, a pessoa está carregada de negatividades espirituais. Este tipo de transtorno afeta cerca de 4,3 milhões de norte-americanos adultos e cerca de 3% da população mundial. Os pacientes podem ter pensamentos ou imagens não desejáveis e sentem a necessidade de participar de práticas condenáveis, em geral de natureza ritualísticas, como por exemplo, receber toques, passes ou participar de sessões de baixo espiritismo.

Fobia: As fobias são medos aparentemente inexplicáveis ou imaginários. As fobias sociais ou transtornos de ansiedade social são caracterizados por excessiva autoconsciência, com intenso medo de humilhação ou desconforto mental, e sentimentos de ser vigiado ou julgado por outros quando em presença de outras pessoas, ainda que do mesmo grupo. Estes sentimentos começam, em geral, semanas antes de um evento. As fobias sociais afetam cerca de 6,5 milhões de norte-americanos. Os sinais físicos da fobia social incluem: as faces ficam coradas, suores frios, tremedeira, náusea e dificuldade de falar. A pessoa tem fobia social quando experimenta um medo marcante e persistente de um ou mais dos sintomas acima apontados quando expostos ao público (American Psychyatric Association – 2000)

Transtorno de estresse pós-traumático: Este tipo de ansiedade é causado quando a pessoa experimenta ou testemunha um evento traumático ou aterrorizante, tal como, um desastre sério, um crime violento ou um desastre natural (terremoto, tsunami, inundações, etc.). Pessoas com esse tipo de ansiedade podem reviver o evento em sonhos, pesadelos terríveis ou ter recordações deles várias vezes durante o dia seguinte e dias vindouros. Eventos ordinários podem disparar recordações que resultam em perda da realidade, levando a pessoa a acreditar que o evento está acontecendo novamente. Aproximadamente 5,2 milhões de norte-americanos são afetados por este tipo de ansiedade, que pode ocorrer em qualquer idade.

Psicologicamente falando, a ansiedade representa para o ansioso algo fora da normalidade, que pede por modificações nas suas reações face às mudanças que precisa introduzir no seu modo de ser por trazer experiências de algo novo e nunca dantes por ele tentado. Enfim, se a pessoa vencer esse confronto da sua própria identidade emotiva com a realidade que se lhe depara, ela encontrará o verdadeiro significado da vida. Daí, a necessidade de aceitar o enfrentamento da situação com pensamentos alteados e firme força de vontade no sentido de conhecer-se melhor para possibilitar uma melhor adaptação às novas situações de sua vida. A pessoa reconhecendo que se trata de um descontrole psíquico-emocional, precisa reagir imediatamente para evitar o agravamento da ansiedade em novas situações semelhantes às que já superou. Esta superação trar-lhe-á uma grande satisfação intima fundamentada na autoconfiança que gradativamente vai adquirindo em si mesma.